Acabei de assistir ao último pronunciamento do ano do presidente Lula, intitulado de despedida.
Apesar de todos os maneirismos políticos e de todo o discurso enfadonho referente ao apoio à Dilma, preciso dizer mais uma vez que o Lula ainda é o cara que me emociona como poucos.
“Saio do governo para viver a vida das ruas. Homem do povo, que sempre fui, serei mais povo do que nunca, sem renegar o meu destino e jamais fugir à luta. Não me perguntem sobre o meu futuro, porque vocês já me deram um grande presente. Perguntem, sim, pelo futuro do Brasil, e acreditem nele”.
Hoje ainda é difícil termos uma opinião consistente sobre política no Brasil, mas depois do Lula o povo finalmente aprendeu a pensar duas vezes antes de dizer que político é tudo igual. As pessoas finalmente começaram a falar de política porque começaram a viver as mudanças de um novo tempo. Trabalhando no ensino público isso ficou ainda mais visível dentro da minha realidade. O povo não sabe exatamente como ocorreu o processo de causa e efeito, mas fala com propriedade dos resultados. Eles batem no peito para defender o único nome que vem à mente quando eles falam de tantos benefícios que alguns ainda insistem em chamar de meramente assistencialista.
“Se governei bem, foi porque, antes de me sentir presidente, me senti sempre um brasileiro comum que tinha que superar as suas dores, vencer os preconceitos e não fracassar. Se governei bem, foi porque, antes de me sentir um chefe de estado, me senti sempre um chefe de família que sabia das dificuldades dos seus irmãos para colocar comida na mesa, para dar escola para seus filhos, para chegar em casa todas as noites a salvo dos perigos e da violência. Se governamos bem, foi, principalmente, porque conseguimos nos livrar da maldição elitista que fazia com que os dirigentes políticos deste grande país governassem apenas para um terço da população e se esquecessem da maioria do seu povo”.
O governo Lula foi, sobretudo, um governo de superação. Muito embora a elite ainda critique bastante o presidente e ainda questione bastante o seu caráter, uma coisa é inquestionável: mesmo dentro de tudo o que foi falível ou insuficiente, ainda não é possível mencionar um nome, hoje, que tenha mantido a esperança tão próxima de tanta gente, que tenha desejado fazer tanto pelo seu povo. O Lula, pra mim, é um cara dos mais inteligentes, articulador, sangue quente, raçudo mesmo, que inspira o seu povo a ser isso: a ser do Brasil.
“Minha felicidade estará sempre ligada à felicidade do meu povo. Onde houver um brasileiro sofrendo, quero estar espiritualmente ao seu lado. Onde houver uma mãe e um pai com desesperança quero que minha lembrança lhes traga um pouco de conforto. Onde houver um jovem que queira sonhar grande, peço-lhe que olhe a minha história e veja que na vida nada é impossível. Vivi no coração do povo e nele quero continuar vivendo até o último dos meus dias. Mais que nunca, sou um homem de uma só causa, e esta causa se chama Brasil.”
Vão falar que o discurso é prepotente, mas eu acho que ele tem todo o mérito, de verdade, de coração. Chorei, mesmo, como milhões de brasileiros, porque Luiz Inácio Lula da Silva é ainda a paixão que já não nos falta para acreditarmos em um país maior e mais digno.
Valeu, presidente! Por tudo o que foi e for.
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