Por questões logísticas, só hoje, dia 10, o Rahul chegou à nossa casa com os seus dois meses de vida.
Tenho um nome de gente na minha condição de gato.
Não, não é por causa do Seixas. Escolhi esse nome baseado no livro As Horas Nuas, meu favoritíssimo da Lygia Fagundes Telles. O Rahul é um gato inteligentíssimo, todo articulado, que já foi humano em outras vidas e compreende a sua dona como poucos. Além disso, ele também é extremamente fiel como demonstrou ser com Gregório, marido de Rosa Ambrósio. Pois que seja assim. Que eu quero ser a Rosona do meu gato Rahul com toda a minha particular chatice e bebedeira também.
Aliás, eu que já tinha adotado dois gatos antes, achei que para um primeiro dia ele já foi um tanto atrevidinho. Não ficou com medo da Leila, fuçou tudo o que é buraco, comeu bem e aceita festinha numa boa. Já até ousou subir as escadas, na mesa da cozinha, na estante da sala. Brincou com a bolinha que os meus outros gatos nunca usaram e já simpatizou um bocado com o meu quarto. Ficou todo o tempo por perto enquanto acordado (e me atrapalhou horrores subindo toda hora no teclado do notebook). Parece especialmente ágil e vivo. Agora está dormindo exatamente em cima dos meus joelhos, lindo. Já praticamente da casa, surpreendentemente à vontade.
E não sabia que esse ron-ron era o motorzinho da alegria no tempo da alegria. Levezas de um gatinho sem lembranças que gostava de brincar com o raio de sol no tapete. Ou com o pingente da cortina até se cansar e dormir.
(As Horas Nuas, Lygia Fagundes Telles)
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